terça-feira, 27 de setembro de 2022

As lentes da vida...





Nascemos com um olhar puro que corre o mundo em busca da descoberta.
Com o tempo, novos aprendizados, outras tarefas, diminuímos o tempo desta magia.

Já na fase adulta, com tantas responsabilidades aprendemos a usar lentes.

Há momentos que focamos, em outros desfocamos por completo, mas o mais comum é a nossa capacidade de criar lentes.

Olhamos o mundo e direcionamos a nossa visão, em outros instantes colocamos uma veste em nossa lente, transformando o seu poder para mais ou para menos.

Exemplo:

Você chega no escritório e seu chefe apresenta um novo funcionário ou funcionária, dependendo do seu humor você usará a lente que aumenta ou diminui.

Pode ser uma atitude pequena, mas ela terá uma proporção maior assim que o tempo passar.

Caso seja de forma criativa, você se aproximará desta pessoa, se tornará amiga e se por algum motivo a amizade não der certo, você irá se desiludir.

Caso seja de forma desconstrutiva, você se afastará, evitará a pessoa e muitas vezes atrapalhará o rendimento do trabalho, além de causar um grande mal estar no ambiente.

Então pergunto: de onde vem estas lentes?

Elas são frutos de nossas crenças, coisas que captamos ao longo do tempo, algumas florescem, outras nem crescem e muitas atrapalham.

A solução? Voltar ao olhar lá do início, aquele da descoberta.

Não importa sua idade, nem o tempo. A cada dia desperte como se fosse a primeira vez. Olhe o mundo com vontade, queira desvendar cada cantinho, permita-se conhecer tudo antes de julgar.

Trago comigo um ensinamento materno: quando era pequena não gostava de experimentar novos alimentos, então minha mãe dizia: "coma, se depois não gostar tudo bem, mas você ao menos conheceu e terá propriedade para argumentar sobre o seu paladar."

Assim é a vida!

"Ah, não gosto. Não gosto por quê?"

Saiba mais para que seu argumento posterior tenha conteúdo.

Uma coisa posso garantir, a gente se surpreende quando decide abrir portas ao invés de fechar janelas.

Use apenas a lente que amplia, desbrava, surpreende, conecta, transcende e liberta.

Quando a gente se permite conhecer, um novo caminho se abre e a vida muda enquanto o olhar se transforma.


Tânia Gorodniuk

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