Quem vê uma flor
Não imagina
O que se passa antes dela florescer.
É preciso tempo
Chuva
Sol
Tempestade
Adubo continuo
E depois de tudo isto
Nasce a mais bela
Um doce perfume que exala
A imagem que se perde
No toque suave da flor.
Quem vê um sorriso
Não sabe o quanto é preciso
Para que ele aconteça
Mesmo sem motivos
Mesmo sem razão
Mesmo em noites escuras
É ele que ilumina
É ele que direciona
É ele que mesmo sozinho
Busca e encontra o caminho.
Há dias que o corpo cansa
De exalar o mais puro sentir
De tentar tocar o que por dentro flui
De tentar ecoar em pleno deserto
O que no coração vibra.
Nestes momentos
A alma transcende
Sai em busca de alimento para o coração enfraquecido pelo tempo.
Como um vento
Num sopro
Algo invade o corpo
A mente respira
O coração se energiza
Voltando a vida.
O que o tocou?
A esperança do seu amor
Este que nunca cessa
Apenas silencia em instantes de dor.
Houve um tempo
Que a mente quis entender
Que o coração queria uma razão de viver
Hoje não mais...
Agora o que importa
É sentir no ar
O que ficou no tempo
O amor que flui no vento
Que toca quem deseja
Que beija quem busca
Que encanta
Quando se descobre
A vida além do olhar.
Quem vê um corpo
Lê uma parte
Quem sente a alma
Descobre a arte de um livro escrito através dos sentidos.
Tânia Gorodniuk
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