ORIGEM
Recebas como um presente
Tudo o que vês.
Cuide, oriente
E o faça ser.
Ser a importância da vida.
O colírio para os que a observam,
O bálsamo para os que a sentem
E que nunca torne-se esquecida
Seja na alegria ou dor.
Tudo fora dito em primórdio.
O tempo passa e modifica tudo em seu trajeto,
Dissipando o sentido original das palavras.
Estas ao chegarem aos ouvintes
Já não expressam sua essência.
Longas décadas e as palavras são outras:
Momento presente
O que vês?
Não importa.
Digite, não invente
E deixe de ser.
Lembras daquelas palavras perdidas pela estrada da vida?
Germinaram e se multiplicaram.
Hoje chegam em forma de gente para dizer:
Cuide, oriente, cultive
O bálsamo,
O colírio,
A vida.
Os componentes essenciais e naturais
Para que no amanhã
Ainda venha existir você.
Tânia Gorodniuk
Este poema foi escrito em maio de 1992, ganhador do Concurso "Mãos à Arte" realizado pela CEFEJ com o apoio da UNICAMP.