sábado, 8 de julho de 2017

Origem



ORIGEM

Recebas como um presente 
Tudo o que vês. 
Cuide, oriente 
E o faça ser. 

Ser a importância da vida. 
O colírio para os que a observam, 
O bálsamo para os que a sentem
E que nunca torne-se esquecida 
Seja na alegria ou dor. 

Tudo fora dito em primórdio. 
O tempo passa e modifica tudo em seu trajeto, 
Dissipando o sentido original das palavras. 
Estas ao chegarem aos ouvintes 
Já não expressam sua essência. 

Longas décadas e as palavras são outras: 
Momento presente 
O que vês? 
Não importa. 
Digite, não invente 
E deixe de ser. 

Lembras daquelas palavras perdidas pela estrada da vida? 
Germinaram e se multiplicaram. 
Hoje chegam em forma de gente para dizer: 
Cuide, oriente, cultive 
O bálsamo, 
O colírio, 
A vida. 

Os componentes essenciais e naturais 
Para que no amanhã 
Ainda venha existir você. 


Tânia Gorodniuk 

Este poema foi escrito em maio de 1992, ganhador do Concurso "Mãos à Arte" realizado pela CEFEJ com o apoio da UNICAMP.

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