Ninguém diz os pontos e vírgulas que antecedem ou percorrem a nossa história.
Ninguém conta aos quatro ventos o instante em que o mundo parou.
Em que a alma chorou enquanto o corpo sofria de dor.
Ninguém diz quantas e quantas vezes chorou embaixo do chuveiro para ninguém escutar.
Ninguém fala dos instantes únicos em que foi preciso lutar sozinho.
Quando a mente brigava com o coração e pedia para parar.
Quando o desejo venceu o medo e seguiu na fé.
Ninguém gosta de falar que muitas e muitas vezes
O corpo sorria enquanto por dentro tudo ruía.
Ninguém conta detalhes de como chegou ao topo
Os momentos solitários
Os choros intermináveis quando se pensava em desistir
Quantas vezes foi preciso escolher
E esta escolha custou algo importante.
Ninguém diz as milhares batalhas internas que se travaram neste percurso
E que estas sim são as mais difíceis de se ter.
Coisas que a gente não diz
Mas passa
Sente e vive como ninguém
Segundos intermináveis
Escolhas importantes
Pequenos passos que hoje a gente percebe
Que eram gigantes.
Ninguém diz que para ser luz hoje
Foi preciso rasgar o corpo
E como na dor de um parto
Nascer o que hoje somos.
Ninguém diz que para florescer
É preciso todo querer
Para o broto vir a tona
Colocando-se de frente ao Sol.
Ninguém diz
Mas deveria
Porque quem lê uma história
Sabe apenas pedaços da trajetória
Mas quem sente a alma
Lê de perto as entrelinhas
Estas sim contam tudo
Relatam o segredo da luz maior.
Para chegar ao topo
Foi preciso mais que um sopro
Foi preciso a certeza de ter sempre perto
O amor de quem nos iluminou.
Tânia Gorodniuk
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